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terça-feira, 17 de março de 2015

AS PEÇAS - PARTE V - OS BISPOS


PEÇAS

PARTE V

OS BISPOS

 

            Os Bispos, como os conhecemos hoje, são peças atuais, originadas como tais, quando o jogo chegou na Europa, no século XII, na Idade Média. São peças emblemáticas que ilustram a sociedade ocidental daquele período.  Tanto isso é verdade, que por causa do peso e influência que a religião cristã detinha naquela época, seus movimentos foram potencializados e aumentados desde então.
 
 
            No Chaturanga hindu, os Bispos não existiam, sendo incluído apenas no século XII na Europa. Para eles era chamado de Elefante. Seu aparecimento na Idade Média fez com que, graças a força que a Igreja Cristã detinha nessa época, a peça ganhasse a forma de uma Mitra (Ornamento que os Bispos da Igreja utilizavam em sua cabeça).

            O predecessor do Bispo, no Shatranj Persa era nomeado como Alfil ou Pil, movia-se duas casas em diagonal, pulando a primeira casa, mesmo se estivesse ocupada. Assim, estava restrito a oito casas no tabuleiro e, com um agravante, um Alfil não podia atacar um Alfil adversário.

            É importante notar que para chegar ao Bispo atual, essa peça passou por diversos nomes diferentes, dentro da Europa. Na Itália, seu nome foi modificado para Alfiere, significando “Porta-estandarte”. Na França ficou conhecida com o nome de Aufin, “Bobo da corte”, tendo esse significado até hoje para eles. Na Alemanha e Dinamarca, leva o nome de Laufer e Looper, respectivamente, com significado de “Corredor”.

            Os Bispos são peças que na sociedade medieval simbolizavam aqueles que estavam mais próximos do rei (assessores diretos), já que eram os únicos alfabetizados e por isso fundamentais na implementação e administração da população medieval na Europa; daí as peças se posicionarem ao lado do Rei e da Rainha no tabuleiro.

            Para os Gregos antigos, eram alegorias das lanças, por isso seu movimento ser em diagonal.

            Mas, obviamente, os Bispos são fundamentalmente os representantes das Ordens Religiosas existentes tanto dentro quanto fora de todas as Religiões. Na verdade, é impossível pensar uma sociedade, uma civilização, ou mesmo uma cultura, sem religiões e suas respectivas ordens. Eles são essenciais para a imposição dogmática e temerosa na manipulação e controle das massas.

            Inclusive, quando foram criados na Idade Média, os Bispos, graças ao seu movimento diagonal, onde não mudam de cor, ilustravam o Verbo apregoado pelas religiões, nunca sendo de maneira direta, transparente, claro, mas, sempre de difícil percepção para aqueles que coabitam no espaço limitado do Tabuleiro (Vida). “Deus escreve certo por linhas tortas”. A não mudança de cor no tabuleiro simboliza a retidão e a pureza divina que eles anunciam como representantes e únicos com acesso ao “Pai”.

            São peças que devem ser desenvolvidas logo depois dos peões, por isso, são peças que preparam o terreno para que as peças maiores (Rainha e Torre) possam definir a partida.

            São de valor similar aos cavalos, dentro da hierarquia das peças. Peças que serão abordadas na próxima postagem.

 

Saudações cordiais

 

Fernando Manarim

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