xadrez

xadrez

segunda-feira, 20 de abril de 2015

XADREZ: UM JOGO PARA GESTORES - PARTE I

XADREZ: UM JOGO PARA GESTORES

http://www.abaction.com.br/wp-content/uploads/2010/01/diagrama.png

            Como já expusemos em postagens precedentes, o xadrez foi criado para ajudar um rei angustiado e depressivo a restabelecer a vontade de viver. Logo, o xadrez é um jogo diferenciado por poder através de sua constituição representar situações das mais variadas, já que, espelha a realidade nas suas mais diversas nuances e multiplicidades, bastando para isso, substituir os componentes do jogo pela situação a ser vivenciada.
            Essa característica é uma de suas principais qualidades, pois, o xadrez pode virar uma ferramenta essencial para simulação de acontecimentos em qualquer área que vise um planejamento estratégico e prático para sua solução. E, é exatamente essa faceta pedagógica que iremos apresentar a partir dessa postagem. Nossa primeira área a ser abordada será referente a esfera da gestão, da administração, do gerenciamento empresarial e de negócios em geral. Demonstraremos que o jogo de xadrez, se praticado sob tal enfoque, podendo prestar grandes contribuições na formação e na experimentação de sistemas de gestão e logística, antes de sua aplicação na empresa ou no mercado em geral. Espero que isso possa servir de auxílio valioso para os gestores, como também na graduação acadêmica e todos os tipos de cursos de gerenciamento e administração.

 http://thumbs.dreamstime.com/x/businessman-business-strategy-marketing-chess-17864933.jpg

GESTÃO:
            A palavra gestão significa gerenciamento, administração, seja de uma instituição, empresa ou uma entidade social.  É um ramo das ciências humanas que busca a sinergia entre as pessoas, a estrutura da empresa e os recursos existentes.
            Suas funções são de fixar metas e alcança-las através do planejamento, analisar e conhecer os problemas a enfrentar, buscar solucioná-los, organizar recursos financeiros, tecnológicos, exercer liderança, dirigir as pessoas, tomar decisões precisas e procurar controlar todo o conjunto.
            Enfim, todos os requisitos básicos que um jogador de xadrez precisa empregar e desenvolver nas partidas. Logo, se olharmos para o jogo como uma maquete de uma empresa ou de duas empresas disputando a hegemonia do mercado, poderemos estudar de maneira concreta e dinâmica o mundo administrativo, podendo vivenciar através dos lances qual a postura que um gestor deve ter para com a empresa e o mercado de negócios. Uma possibilidade de experimentar de maneira ativa e prática o que significar administrar uma empresa no mundo dos negócios, algo que a graduação acadêmica se ressente, por não poder passar de maneira viva qual a natureza e o perfil exigido para quem decidiu se transformar nesse tipo de profissional, por falta de ferramentas de simulação que se assemelhem de maneira dinâmica as funções exigidas para um gestor capacitado e pronto para exercer seu papel na empresa.

SIMILARIDADES ENTRE A CONSTITUIÇÃO DO JOGO E DA GESTÃO EMPRESARIAL

https://visaoeconomica.files.wordpress.com/2009/12/visao-economica-competicao-empresarial.jpg

            A constituição do jogo pode ser transferida para o mundo da gestão, bastando para isso justificar as semelhanças entre os componentes do xadrez e os respectivos componentes do mundo gerencial. Em outras palavras, basta transladar os componentes que constituem uma empresa para os componentes similares que formam o jogo de xadrez.
            Em primeiro lugar, por simbolizar o espaço físico onde o jogo acontece, o tabuleiro representa tanto a área espacial onde se localiza a empresa, como também pode representar o mercado concorrencial no mundo dos negócios. É a área limítrofe onde a empresa existe, ou, o espaço onde ocorre a concorrência entre as entidades afins.

http://empauta.assespro-mg.org.br/wp-content/uploads/2009/11/xadrez1.jpg

            É tarefa do gestor conhecer detalhadamente o tabuleiro de sua empresa, como também o tabuleiro do mercado dos negócios. Isso porque, é fundamental compreender e dominar o espaço para saber como ocupa-lo de maneira mais inteligente e eficiente possível, pois esse conhecimento pode lhe dar uma grande vantagem na concorrência do mundo empresarial, como também fazer com que ele diminua os gastos se souber ocupar o espaço de sua empresa de maneira mais otimizada e obtendo tudo o que esse espaço pode propiciar para agregar os lucros de sua empresa.
Sabemos que no xadrez o tabuleiro tem alguns atalhos que quando o jogador de xadrez detém tal conhecimento, pode mudar o resultado de uma partida. A forma como um jogador de xadrez ocupa o tabuleiro, demonstra o nível de excelência que este possui acerca do jogo. Uma das estratégias mais comum no xadrez é buscar controlar o centro do tabuleiro, para com isso ter vantagem espacial, fazendo com que este consiga controlar o adversário.
            O mesmo ocorre numa empresa, pois o gestor que sabe organizá-la aproveitando o máximo que sua delimitação espacial pode oferecer, faz com que ele amortize os gastos, aumentando sua competitividade, já que o custo da mercadoria ou serviço produzido tende a diminuir e com isso o preço final do produto estará mais em conta em relação à concorrência.
            O jogador que sabe ocupar as principais casas, num primeiro momento, e que depois vai aumentando sua ocupação espacial, cria um domínio e um controle sobre o adversário, que fatalmente determinará num resultado positivo. O enxadrista que joga pensando em dominar e controlar casas tem um jogo muito mais consistente e seguro, já que as casas são fixas e são uma referência muito mais estanque e certeira do que se jogar apenas pensando em atacar peças, que se movem e com isso são fugidias causando muitas dificuldades na sua captura.

http://www.elhombre.com.br/wp-content/uploads/2012/12/chess-600x400.jpg

            Se o gestor visualizar o tabuleiro como o espaço geográfico a ser ocupado de maneira abrangente, ele poderá estabelecer um plano, respeitando a área e as nuances que cada superfície representa, semelhantemente a ocupação de uma empresa ou do mercado onde se estabelece as concorrências pela hegemonia entre as demais empresas.
            Na próxima postagem iremos expor a questão das peças como componentes do universo da gestão empresarial e como elas podem ser utilizadas dentro desse mundo da administração e da gerência.

Obrigado a todos

Fernando Manarim



domingo, 12 de abril de 2015

OS JOGADORES

OS JOGADORES

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfr2TAsdmD46yFvzG45cueZsjyMzdk_2zg85aYsEwIeucGwzCX6mN_1ZLL4Qs8bKE0BHd3X1z0aUw0YQ1dM5yzqK8Vl5TaPLiG_SG2nQrVD8eQwo_DAK5Tp3Z1dY-mVbsUhJZBu703u7rM/s1600/Jogando+xadrez+com+Aleister+Crowley+%2528Set+1930%2529.jpg

Aqui entramos na última parte da descrição dos componentes essenciais do jogo de xadrez. Isso porque, mesmo na Lenda de Sessa, o jogador só aparece depois de se ter inventado os demais componentes do jogo; para tanto, é só recordarmos que quando Sessa apresenta o xadrez para o Rei, ele expõe primeiramente o tabuleiro, depois as peças, em seguida as regras e só depois de tudo isso é que os jogadores passam a praticá-lo. O jogador só desponta depois do jogo estar pronto para ser exercitado. Ele é um operador, um intermediário que faz com que o jogo se realize.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz2UqAlpoGwEkSy2Yz78CKyz-I-ujV6vT2Jwipr6wA5C6p09m5kSsV9_QPDmnviX2sSVMiErro9S48oK6HUtmXJle1_7jZRfNEIGgm7bhL3nBmpKOrq33cvmpl9pi906IqBuj98zBnNjwB/s400/chaturanga+e+shatranj.png

Historicamente, no início, na Índia Antiga, o jogo era praticado por quatro jogadores e só depois, na Pérsia (atual Irã), que passou a ser jogado por duas pessoas, como ainda hoje é praticado. Dessa forma, são necessários dois jogadores, cada qual responsável pela condução de seu bando, de seu reino. 
Mas, qual o papel do jogador no jogo de xadrez?  Quais são as suas obrigações enquanto componente do jogo?
A maioria das pessoas acreditam que o papel do jogador é mover as peças. Mas, quando o observamos de maneira mais apurada, notamos ser ele um componente muito mais complexo e intrincado do que na maioria das vezes imaginamos. Quem joga sabe o grau de intensidade que é exigido numa partida de xadrez. E tanta responsabilidade se deve à função que lhe é atribuída enquanto componente do jogo de Sessa. Para realizar sua incumbência é necessário que realize simultaneamente a junção dos demais componentes que perfazem o jogo de xadrez. Sendo assim, para ser jogador de xadrez, antes ele tem que conhecer cada componente isoladamente, caso contrário não terá como praticá-lo. Essa exigência não é exclusiva do xadrez, mas como seus componentes são diversificados, obriga que o jogador se prepare mais para poder realizar uma partida. É exatamente essa diversidade de conhecimentos que iremos abordar, para com isso, conseguirmos atingir um melhor entendimento do grau de importância e compromisso deste em uma partida de xadrez.

O jogador tem que conhecer o tabuleiro, o espaço limítrofe que ele poderá utilizar, para que com isso possa respeitar sua composição e seus limites. Só assim, poderá aproveitar o máximo que esse componente pode oferecer para que atinja o que o tabuleiro pode proporcionar durante uma partida.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/00/Ajedrez_centro.png/210px-Ajedrez_centro.png

Outra obrigação importante para o jogador, é de conhecer cada peça do jogo, sabendo como se movimenta e captura; sabendo manuseá-la tanto individualmente, quanto com as demais peças no tabuleiro. Como as peças são de diferentes tipos, o jogador tem que conhecer as diferentes naturezas e características de cada uma delas, para que quando empregadas ele saiba escolher qual o melhor momento para movimentá-las, aproveitando a plenitude que cada peça pode alcançar, a cada lance.

http://cdns2.freepik.com/fotos-gratis/tabuleiro-de-xadrez-e-pecas_21-68.jpg

Em relação as regras do jogo, o enxadrista tem que conhecer, respeitar e acatar cada uma delas, sabendo quando aplicá-las, buscando ser justo e exato, para poder aproveitar tudo que cada regra oferece na realização do jogo.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fc/Postcard-for-correspondence-chess.jpg/300px-Postcard-for-correspondence-chess.jpg
Dessa forma, o jogador é o intermediário, o elo que liga todos os componentes, aplicando-as conjuntamente através da partida, onde o jogo passa a existir, onde ele se desenrola e se realiza. O jogador é essa conexão, esse componente unificador que unidimensiona os diversos elementos em um único corpo, dando vida e vigor ao jogo de xadrez. É a consciência do jogo, aquilo que envolve, orienta, organiza e dá sentido a cada peça, regra ou casa a ser ocupada. É a alma do jogo, pois é ele que faz com que cada componente inerte, ao ser unido aos demais componentes inertes, ganhem corpo, vida e fluidez.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoxCdSiMCLi8UMqK4VM5rEjXDDsh5O27ChJ4oZS0E3Dw-9_Pfp7KMfLchq19Ftwf0EGs9pizKvAbnpkYQC56nZ8iFXRjzM721mKuh2jqMRtqdmPc4NHwqDOU2oLvETNZoG1qXO08cO7-96/s1600/DSC00379.JPG

Por fim, o jogador é o único elemento externo do xadrez, já que existe antes e depois da realização de uma partida. Inclusive, o jogo foi criado para o jogador, para servir seu praticante, o que lhe dá uma condição de onipotência e onisciência quase divina por ser a razão de ser do jogo, seu início, meio e fim.
Com isso, terminamos essa série de análise dos componentes que constroem o jogo de xadrez. Espero termos conseguido ampliar a visão acerca desse jogo tão rico de possibilidades.
Nas próximas postagens, começaremos uma série de abordagens acerca da aplicabilidade do xadrez nas mais diversas áreas, como maquete para estudos e vivências, aperfeiçoando nosso conhecimento teórico e prático em cada área referenciada. Nossa primeira postagem será acerca da gestão no jogo de xadrez. O título será: XADREZ: UM JOGO PARA GESTORES.

Abraços
Fernando Manarim






sábado, 4 de abril de 2015

AS REGRAS DE XADREZ

AS REGRAS DE XADREZ

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Ajedrez_captura_al_paso_del_peon.png

            Regras são princípios normativos que têm como principal função moderar, regular, ordenar, autorizar ou vetar a coisa a ser formalizada. A regra disciplina e determina os limites acerca do usufruto do objeto a ser legalizado.
            Logo, as regras são fundamentais para equilibrar e justificar o que pode e o que não pode ser efetuado. Esses limites, essa fronteira, essa linha demarcatória, traz o que se conceitua com o nome de justiça, ou seja, dar oportunidades iguais e equivalentes a seus usuários, sem privilegiar nenhuma parte em prejuízo das demais. Isso porque regula e traz uma uniformidade igualitária para todos os que usufruem dela.
            Essa normatização é fundamental para um bom funcionamento do objeto a ser utilizado, pois faz com que todos possam atingir sua máxima potencialidade, caso consigam espelhar sua real natureza. Caso contrário, acaba paradoxalmente a ser o contrário de sua função original, levando injustiça, já que vai privilegiar uma parte. Isso causará o caos, a desarmonização, a desigualdade e todo tipo de abusos que, de certa forma, conhecemos tão bem em nosso país.
            No caso do xadrez, o conjunto de regras que a governam hoje, surgiram na Itália, durante o século XV, e foram sofrendo modificações lentas até o início do século XIX, quando atingiram a forma que conhecemos atualmente.
            As regras de xadrez são bem minuciosas e normatizam desde o número de jogadores que podem jogar uma partida, como o número de casas do tabuleiro, o número de peças por jogador, o movimento de cada peça, o objetivo do jogo, os resultados possíveis e as formas de o empregarem, o equipamento a ser utilizado, o controle de tempo de uma partida, a conduta ética dos jogadores, acomodações oficiais para a organização de um torneio, a notação da partida e as irregularidades possíveis que possam acontecer durante o jogo.

http://armenianweekly.com/wp-content/uploads/2010/09/DSC_3428.jpg

            A primeira obra acerca das regras do xadrez, foi “Repetição de Amores e Arte de Xadrez, de Lucena, em 1497. Esse livro foi publicado para informar os praticantes do jogo dos novos movimentos da Dama, Bispo e o avanço duplo do peão.

http://whychess.com/sites/default/files/images/stories/history/04/02.jpg

            Com o surgimento dos primeiros Clubes de Xadrez na Europa, no século XVIII, expandiu-se a necessidade de formalizar e unificar as regras pois cada clube tinha formas diferentes de interpreta-las e isso causava muitos problemas para a manutenção de justiça no jogo de xadrez.
            Esse foi um dos principais motivos para a criação de uma Federação Internacional de Xadrez, pois através dela, foi possível produzir um código internacional com a finalidade de sua unificação, principalmente em torneios oficiais e sob a sua chancela.

         http://en.chessbase.com/thumb/34740_l200  

         E é realmente o que percebemos ao praticar o jogo, pois notamos que tem uma normatização das mais bem elaboradas e uma das mais justas. Isso gera uma condição para seus praticantes de total isonomia, fazendo do xadrez um jogo que só depende do jogador e nada mais. Algo difícil de se observar na maioria dos casos.
            Na próxima postagem abordaremos a questão do jogador, último componente essencial da Arte de Sessa.
Saudações


Fernando Manarim