AS REGRAS DE XADREZ
Regras são princípios normativos que têm como principal função moderar,
regular, ordenar, autorizar ou vetar a coisa a ser formalizada. A regra disciplina
e determina os limites acerca do usufruto do objeto a ser legalizado.
Logo, as
regras são fundamentais para equilibrar e justificar o que pode e o que não
pode ser efetuado. Esses limites, essa fronteira, essa linha demarcatória, traz
o que se conceitua com o nome de justiça, ou seja, dar oportunidades iguais e
equivalentes a seus usuários, sem privilegiar nenhuma parte em prejuízo das
demais. Isso porque regula e traz uma uniformidade igualitária para todos os
que usufruem dela.
Essa normatização
é fundamental para um bom funcionamento do objeto a ser utilizado, pois faz com
que todos possam atingir sua máxima potencialidade, caso consigam espelhar sua
real natureza. Caso contrário, acaba paradoxalmente a ser o contrário de sua
função original, levando injustiça, já que vai privilegiar uma parte. Isso causará
o caos, a desarmonização, a desigualdade e todo tipo de abusos que, de certa
forma, conhecemos tão bem em nosso país.
No caso do
xadrez, o conjunto de regras que a governam hoje, surgiram na Itália, durante o
século XV, e foram sofrendo modificações lentas até o início do século XIX,
quando atingiram a forma que conhecemos atualmente.
As regras de
xadrez são bem minuciosas e normatizam desde o número de jogadores que podem
jogar uma partida, como o número de casas do tabuleiro, o número de peças por
jogador, o movimento de cada peça, o objetivo do jogo, os resultados possíveis e
as formas de o empregarem, o equipamento a ser utilizado, o controle de tempo
de uma partida, a conduta ética dos jogadores, acomodações oficiais para a
organização de um torneio, a notação da partida e as irregularidades possíveis que
possam acontecer durante o jogo.
A primeira
obra acerca das regras do xadrez, foi “Repetição de Amores e Arte de Xadrez, de
Lucena, em 1497. Esse livro foi publicado para informar os praticantes do jogo
dos novos movimentos da Dama, Bispo e o avanço duplo do peão.
Com o
surgimento dos primeiros Clubes de Xadrez na Europa, no século XVIII, expandiu-se
a necessidade de formalizar e unificar as regras pois cada clube tinha formas
diferentes de interpreta-las e isso causava muitos problemas para a manutenção
de justiça no jogo de xadrez.
Esse foi um
dos principais motivos para a criação de uma Federação Internacional de Xadrez,
pois através dela, foi possível produzir um código internacional com a
finalidade de sua unificação, principalmente em torneios oficiais e sob a sua
chancela.
E é
realmente o que percebemos ao praticar o jogo, pois notamos que tem uma
normatização das mais bem elaboradas e uma das mais justas. Isso gera uma
condição para seus praticantes de total isonomia, fazendo do xadrez um jogo que
só depende do jogador e nada mais. Algo difícil de se observar na maioria dos casos.
Na próxima
postagem abordaremos a questão do jogador, último componente essencial da Arte
de Sessa.
Saudações
Fernando Manarim
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