xadrez

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

AS PECAS - PARTE I


AS PEÇAS

PARTE I
 
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            Existem 32 peças de xadrez, sendo 16 brancas e 16 negras.  Para a ciência arcaica o número 32 pode ser sintetizado pelo número 5 (3+2), que indicava a Lei do Karma, que representava a lei da encarnação, da vida, lugar da decadência, do ciclo da vida e da morte, das coisas finitas e mortais. É o mundo que vivemos, o mundo dos interesses, da negociação, do ganhar e perder, do ser e ter ...

Essas peças são subdivididas da seguinte forma, de cada lado:

1 REI
1 RAINHA
2 TORRES
2 BISPOS
2 CAVALOS
8 PEÕES 

Elas representam nossas próprias imperfeições. Representam o conceito de tempo, pois são cíclicas e finitas como nosso corpo ou todos os atributos que constituem nosso corpo.
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Representam o homem com suas virtudes, defeitos, qualidades, em toda sua constituição física, psíquica e emocional; em outras palavras as Brancas e as Pretas simbolizam o corpo concreto de cada jogador, é uma extensão do praticante do jogo.

Historicamente, as peças sofreram algumas transformações no decurso de sua existência, no entanto, sempre existiu um simbolismo estrutural que sempre presidiu as qualidades que cada peça representa no jogo.

Nessa primeira postagem falaremos acerca do Rei, peça principal do jogo de xadrez. Nas próximas descreveremos as outras peças da mesma forma que fizemos com as partes que constituíam o tabuleiro.

 

O REI
 
 
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O Rei sempre foi uma figura axial. Numa partida de xadrez ele representa a essência de todas as outras peças.

Nas culturas antigas o Rei equivaleria ao que eles alcunhavam de Eu Superior, a parte mais sagrada, espiritual do jogo. O Eu Superior no homem, para as civilizações antigas, era o que chamamos hoje da parte mais espiritual no homem. Representa o conceito de eternidade, infinitude e realização plena e total que o ser humano pode alcançar. É a parte mais divina do jogo e do ser humano. O princípio e o fim de tudo.

Ele é uma representação masculina, simbolizando a sabedoria, a orientação, a estratégia, a referência e liderança. É a figura que ao ser conquistada derruba o império, a civilização, a vida, a guerra e o jogo. É a peça central do Jogo de Xadrez.

O objetivo central do xadrez é colocá-lo em uma situação tal que não possa se mover e ao ser atacado, ai se dá sua morte, Xeque-Mate (Rei Morto).

Como o Rei só pode se movimentar uma casa em todas as direções, fica óbvio a demonstração de sua impotência e dependência, característica básica que todo líder têm para com o restante das peças, para o restante do reino que rege.

O “Roque”, movimento especial do jogo, quando foi criado, tinha como conceituação filosófica a proteção que o líder recebia por parte do Sistema que ele é regido. Simbolizado um tipo de fortaleza que resguarda e protege o rei e todo o reino.
 
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O Rei simboliza o jogador no tabuleiro, aquele que busca controlar e administrar seu reino e dominar o reino oposto. Reflete diretamente, o jogador do xadrez, aquele que busca ser soberano e principal responsável por tudo que acontece na sua vida, seja internamente, seja externamente. Um homem ativo, sujeito e principal protagonista do drama da vida.

Na próxima postagem abordaremos a Rainha ou Dama, o lado feminino do todo.

 Abraços

Fernando Manarim

 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O TABULEIRO - PARTE III - AS CASAS


O TABULEIRO

PARTE III

AS CORES DAS CASAS
 
 
 

            Encerrando a abordagem acerca dos elementos que compõe o tabuleiro de xadrez, apresentaremos diversas explicações acerca dos significados de suas cores. O tabuleiro é subdividido por 32 casas brancas e 32 casas pretas alternadamente. Segundo as tradições essa configuração nos remete a uma mandala.
 
 

            Para a tradição hindu antiga, a casa branca representa o pano de fundo espiritual, onde se assentam e se misturam as malhas da matéria (Universo Manifestado). Ele é uniforme e homogêneo. É do branco (invisível) que retiramos as nossas energias e sentido que, segundo eles, nos conduzirão nos labirintos do mundo.

            Segundo essa mesma tradição, o branco seria a plenitude, o eterno, o imperecível, por detrás do mundo da ilusão, as casas negras, o concreto, o finito e cíclico. Logo, o que existe realmente como coisa concreta seriam as casas negras, simbolizando o material. Que, segundo eles, seriam as “casas da oportunidade”, os 32 Caminhos da Sabedoria. Para a ciência das civilizações antigas a encarnação era uma possibilidade de se atingir a sabedoria e com isso não precisar mais reencarnar. Dentro dessa perspectiva jogar uma partida de xadrez é uma possibilidade de se atingir a sabedoria plena, que no caso, seria atingir o conhecimento pleno do jogo e, com isso, não precisar mais jogar xadrez, por ter decifrado todos os seus enigmas e mistérios, a realização completa do jogo em todas as suas fases e percalços.

            Para a ciência arcaica, as casas representariam ladrilhos onde pisamos, quadrículas alternadamente branco e negro, onde as peças refletiriam os jogadores.

            O tabuleiro é composto com a mesma intenção e significado do piso nas catedrais e templos religiosos. Se forem à Catedral da Sé, por exemplo, a cripta tem seu piso quadriculado como um tabuleiro de xadrez, o mesmo ocorrendo com o piso das lojas maçônicas.

 
            As cores branco e preto das casas atua conforme o sentido binário, princípio fundamental para a ciência das civilizações antigas, que se apoia nesse sentido como vemos nos conceitos de Yin e Yang, Luz e Trevas, Céu e Inferno, Espírito e Matéria...
 
 
 
 
 
 

            Foi dentro desta perspectiva que todo o tabuleiro foi criado e construído por seus criadores e aperfeiçoadores durante sua existência. O jogo possibilita que o jogador percorra o tabuleiro de vários modos: em coluna, em fila e em diagonal. Estes movimentos refletem o dinamismo da vida que exige do jogador (homem) qualidades como a atenção e a responsabilidade, pois em qualquer sentido que trilhar seu caminho, ira arcar com as consequências de suas escolhas e atos.

 

 

CONCLUINDO:

            O tabuleiro foi criado como um verdadeiro campo de guerra, onde as batalhas são empreendidas. Dentro da simbologia antiga o tabuleiro simboliza o espaço onde a pessoa nasce (início de uma partida), vive (joga a partida) e morre (termina a partida). Sendo o tabuleiro a representação do espaço universal, a ideia mais próxima que temos de algo infinito e eterno. Onde as partidas (ciclos) começam e terminam, mas o espaço (tabuleiro) nunca acaba e sempre está pronto para abrigar novas partidas.

            Logo, o xadrez, como pudemos deduzir através da exposição acerca do tabuleiro, transcende muito a ideia comum de ser um simples passatempo, mas principalmente uma ferramenta que nos auxiliar numa melhor compreensão acerca dos mistérios da vida; seus impactos, frustrações, desilusões, alegrias, esperanças, enfim, derrotas e vitórias verdadeiros destinos da partida da vida.
 

            Na próxima postagem começaremos a falar acerca das peças que compõe o jogo de xadrez.

Abraços

Fernando Manarim

           

           

 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O TABULEIRO - PARTE II - AS CASAS


O TABULEIRO

PARTE II

AS CASAS

 

Continuando nossa abordagem sobre o tabuleiro, o segundo ponto a ser analisado são o que chamamos de casas, ou seja, a subdivisão interna desse grande quadrado que é o tabuleiro. Lembrando que nossa abordagem se preocupa com o conhecimento das civilizações arcaicas, responsáveis pela criação do xadrez, pois foi este conhecimento o verdadeiro responsável por seu nascimento.

O tabuleiro é subdividido em 64 casas, quadrados menores que simbolizam o mesmo que o quadrado maior, mas, serão o quadrado de cada peça e não e todas as peças como é o quadrado do tabuleiro.

 
64 é um número importante para as culturas antigas, como, por exemplo:
No budismo: a mãe de Buda era descendente de uma família com 64 espécies de qualidades.
Na tradição chinesa: Confúcio pertencia a sexagésima quarta (64) geração, desde de o fundador de sua dinastia, Houang-Ti.
Na Bíblia: segundo Lucas, Jesus era a 64º geração depois de Adão.

O número 64, também, não foi escolhido a esmo, mas foi fruto do conhecimento arcaico, já que 64 é o cubo de 4 (4x4x4) e o quadrado de 8, e segundo a ciência dos antigos, como já vimos na postagem anterior, o quadrado, que representa o mundo das formas, elevado à terceira potência (4x4x4), significava a plenitude da expansão. Assim, o tabuleiro de xadrez representa a expansão máxima que uma forma concreta pode alcançar e permite ao praticante atingir o máximo que um corpo pode permitir, exercício fundamental para que depois ele tente aplicar em si mesmo, na sua vida.

Para a cultura indiana tradicional, o número 64 é o número da realização da unidade cósmica, já que para eles os números poderiam ser reduzidos a uma unidade, que segundo eles eram os únicos verdadeiros, já que só existiam os números de 1 à 9, sendo os demais, sequências reduções a estas unidades. Por isso, 64 representa a unidade cósmica pois 64 é igual a 6+4 = 10, onde 1+0 = 1, que tinha o significado de unidade, incorporando a tudo e a todos. Logo, segundo essa ótica, o xadrez tem como principal objetivo transformar a dualidade em uma unidade, e isso é verdade, pois quando é dado o xeque-mate, o dois se transforma em um, o tabuleiro vira uma unidade.

 
Seguindo essa linha, para a escola pitagórica todos os números que podiam ser reduzidos ao número 1 (unidade cósmica), eram chamados de número de ouro, os números perfeitos e que representavam o divino; por exemplo: 10, 19, 28, 37, 46, 55, 64...

 
Para os maçons e rosa-cruzes o número 64 (8x8), era a afirmação da Lei do Quaternário (dos corpos, das formas concretas), que eles chamavam de Tetragramaton, onde o número 32 (2x16), correspondiam aos 2 jogadores com suas 16 peças. Todo esse simbolismo representava o que eles invocavam como os grandes Mistérios, já que estes possuíam 32 poderes espirituais correspondentes aos 32 portais de Sabedoria, onde ao conseguir solucionar todos os mistérios existentes no tabuleiro, se atingia o 33º, síntese dos graus anteriores. É o grau máximo dentro da maçonaria, relacionado, segundo eles, à idade de Jesus Cristo, 33, simbolizando a iniciação nos mistérios da morte e da ressurreição. Correspondente, no Budismo, ao o que chamam de SAMSARA (ciclo da vida, morte e renascimento). Daí, todo o interesse que os maçons têm sobre o jogo de xadrez, que sem dúvida, quando o jogo foi criado queria simbolizar, também tais conhecimentos.

            Por essas razões, o xadrez é também chamado de o “Jogo dos Reis”, pois simboliza a tomada de controle não só sobre seu adversário ou um território, mas sobre si mesmo, sobre o próprio eu, palco de batalhas e guerras constantes e intermináveis.

            Por isso, o jogo de xadrez desperta tanto o interesse de filósofos, cientistas, artistas, políticos e intelectuais, já que ele foi estruturado no emprego de leis universais, e conhecendo-o pode se conhecer essas leis, e jogando-o pode se saber o que acontece quando essas leis são postas em ação.

            Sendo assim, o xadrez é uma pequena maquete do mundo e de seus processos. Ao se conhecer seu processo, pode se saber antecipadamente aonde isso vai levar. Por isso, muitos praticantes da arte do tabuleiro conseguem “adivinhar” o que vai acontecer antes dos demais. Sabe que determinado processo, determinadas estruturas, vão chegar em determinado fim, em determinadas situações.

            Por isso ao jogar xadrez aprendemos a antecipar, a projetar e a vislumbrar os efeitos de determinados atos. Isso faz com que tenhamos um maior controle sobre nós e sobre o nosso entorno. Assim, podendo chegar antes dos outros, ou pelo menos, podendo melhor se preparar para o futuro.

            Na próxima postagem continuaremos a falar sobre o tabuleiro. O próximo tema será sobre as cores das casas, seus simbolismos e significados para a concepção do jogo de xadrez, dentro da visão da ciência antiga.

            Abraços

Fernando Manarim

 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O TABULEIRO - PARTE I


POR UM XADREZ COMPLETO

O TABULEIRO

PARTE I

            Normalmente, temos o vício de não valorizar muito as partes, os detalhes, as frações que caracterizam as coisas. Somos muito mais atentos com o todo que aos fragmentos que o perfazem. Dessa forma, na maioria das vezes, deixamos de lado muitas informações importantes, que acabam por fazer falta na melhor compreensão e utilização do objeto de interesse. Esse é um problema que vem se acentuando exponencialmente, ainda mais com a informatização e a evolução tecnológica que está fazendo com que tudo fique cada vez mais fugaz e instantâneo.

 É exatamente isso que acontece muitas vezes com o xadrez. Subestimamos algumas partes e supervalorizamos outras, por falta de uma visão mais apurada e profunda de cada componente que o constitui. Essa visão deturpada e limitada do jogo, faz com que este seja mal aproveitado e, como já dissemos em outras postagens, seja subutilizado, valorizando muito mais um segmento em prejuízo dos outros, quando tudo que o compõem tem o mesmo grau de importância, caso contrário o xadrez não existiria. É o que observamos hoje, já que o xadrez acabou por se tornar uma ferramenta unicamente empregada em sua versão competitiva, de alto rendimento, deixando para trás suas características pedagógicas e terapêuticas tão primordiais e necessária no aperfeiçoamento de seus praticantes.

            Para não cairmos nessa armadilha, procurarei nessa e nas próximas postagens fazer uma análise mais aprofundada de cada componente que perfaz o jogo de xadrez. Uma abordagem mais holística, procurando respeitar as diversas culturas por onde o xadrez passou durante sua longa história e que de alguma forma contribuiu na construção do jogo como o conhecemos hoje, algo, infelizmente, muitas vezes relegado a segundo plano por falta de conhecimento, interesse ou por algum tipo de preconceito.

            Dessa maneira, daremos início à nossa abordagem.

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            O tabuleiro do xadrez é um quadrado subdividido em 64 quadrados menores (casas) alternando as cores claras e escuras, sendo 32 casas claras e 32 casas escuras. É um quadrado formado por 8 colunas por 8 fileiras.

            Mas, porque o tabuleiro foi elaborado dentro destas características? Será que isso foi pensado conscientemente, ou foi por mero acaso que ele foi projetado assim?

Acredito que essas perguntas são fundamentais para podermos compreender melhor a importância da concepção do tabuleiro, dentro do jogo de xadrez.

O QUADRADO

            Quadrado é uma palavra originada do latim (QUADRARE, QUADRATUS), que significava “aquilo que foi cortado seguindo ângulos retos”, originário de QUATTUOR, o número quatro (4).

            Por ser rico em arestas, para o conhecimento antigo, tal característica estava associado ao domínio da racionalidade, da impessoalidade e da neutralidade Por ser completamente simétrico e proporcional, não existia nenhum tipo de diferenciação, acabando com qualquer tipo de tendencialidade, por isso nos causando uma sensação de impessoalidade e neutralidade, qualidades fundamentais para que o xadrez fosse desenrolado num plano sólido, sem parcialidades ou qualquer tipo de vantagem.

            Sua forma sempre foi utilizada como geometria preferida quando se desejava trabalhar a ideia de um plano objetivo, graças à sua tridimensionalidade, espelhando exatamente a mesma dimensão que vivemos.

Sua solidez acabava agregando aos homens significados como firmeza, organização, solidez, estrutura, ordem e estabilidade. Elementos que se buscava trabalhar no jogo de xadrez.

            Como já salientamos em outras postagens, o tabuleiro representa a ideia de espaço, pois é nessa área que acontece a partida de xadrez. Seu formato quadrado era como as civilizações antigas simbolizavam a imagem do espaço, tanto na representação de um plano completo, como na representação do corpo dos seres vivos, do planeta, etc. Isso, porque como ressaltamos acima, o quadrado simbolizava o limite do mundo físico, daquilo que se encerra em si mesmo, de maneira inerte e derradeira.

            Para Platão, filósofo grego, o quadrado estava relacionado com a materialização das ideias, ou seja, era no quadrado que o mundo das ideias se concretizava, exatamente como ocorre no xadrez, já que é no tabuleiro o espaço onde todas as estratégicas serão concretizadas, materializadas, onde as ideias serão materializadas. Daí ele representar o corpo do homem como um quadrado, pois era nele que alma concretizava suas ideias.

            Outro fator importante, para o conhecimento antigo, e que também foi responsável pela escolha do quadrado como forma geométrica do tabuleiro, é que para eles cada um dos lados do quadrado representava um dos elementos da natureza, no caso, terra, água, fogo e ar. Se formos verificar a história do xadrez, uma das primeiras formas que o jogo foi praticado, o Chaturanga (jogo dos 4 elementos), era com quatro bandos de peças, onde cada um ocupava um lado do tabuleiro e representava um dos elementos. Se voltarmos à representação platônica, o corpo do homem era um quadrado subdividido em quatro veículos, cada um representando um elemento constituinte do corpo humano: corpo físico, anímico, emocional e mental.

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            Para as civilizações antigas, os quatro elementos simbolizavam entre outras coisas, os quatro pilares da sabedoria humana, ou seja, ciência, religião, filosofia e arte. Daí o xadrez ter essa dimensão de ser um jogo que nos eleva ao mundo da sabedoria, que nos faz ficar mais inteligentes, uma ginástica mental, pois também traz esses quatro elementos no seu tabuleiro.

            Era considerado um jogo sagrado, o “jogo dos reis”, e como os reis eram os grandes líderes religiosos de seu povo, o xadrez carrega em seu cerne essa ligação com o sagrado. Um exemplo disto era que seus templos antigos eram construídos em um formato quadrilátero. Um exemplo famoso são as pirâmides que são construídas sobre uma base quadrada, sobre um “tabuleiro”.
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      Outro fator ligado ao sagrado, está na imagem da cruz, símbolo fundamental de muitas religiões, e que quando se divide o tabuleiro em quatro quadrados, se faz uma cruz que define com exatidão o centro exato do quadrado.

            Oito linhas partindo do centro do quadrado, formam os eixos que indicam as quatro direções cardeais e os quatro cantos do mundo, a divisão óctupla do espaço. Essa divisão na tradição europeia era um emblema da divisão do dia e do ano. Assim, o tabuleiro representa toda a duração de uma partida, e assim por diante...

            Logo, o tabuleiro de xadrez esconde significados que vão muito além de sua aparência, demonstrando que aqueles que criaram o jogo, tinham como objetivo trabalhar elementos muito mais profundos para nos ajudar a elevar nosso nível de conhecimento. Poderia ficar explanando muito mais acerca da forma geométrica do tabuleiro, mas o que acho essencial é observar que esse quadrado busca refletir o nosso quadrado e os diversos elementos que constituem nosso quadrado existencial, seja internamente, seja externamente. E que ao aprender a tirar o máximo que o tabuleiro pode proporcionar para meu jogo, também me ajudará a aprender a utilizar o máximo da potencialidade no tabuleiro da vida. Já que o tabuleiro simbolizava para os antigos uma representação do mundo concreto, tecido de sombra e luz, onde se alternavam e equilibravam as forças contrárias. Para eles o tabuleiro representava o plano existencial tanto do homem como da terra, ou seja, o lugar onde tudo nascia crescia, morria e renascia. Enfim, o tabuleiro é o grande palco, onde tudo acontece e onde podemos aprender sempre.

            Nas próximas postagens continuarei explanando acerca dos componentes que formam o tabuleiro de xadrez.

 

Até a próxima!!!