xadrez

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O TABULEIRO - PARTE III - AS CASAS


O TABULEIRO

PARTE III

AS CORES DAS CASAS
 
 
 

            Encerrando a abordagem acerca dos elementos que compõe o tabuleiro de xadrez, apresentaremos diversas explicações acerca dos significados de suas cores. O tabuleiro é subdividido por 32 casas brancas e 32 casas pretas alternadamente. Segundo as tradições essa configuração nos remete a uma mandala.
 
 

            Para a tradição hindu antiga, a casa branca representa o pano de fundo espiritual, onde se assentam e se misturam as malhas da matéria (Universo Manifestado). Ele é uniforme e homogêneo. É do branco (invisível) que retiramos as nossas energias e sentido que, segundo eles, nos conduzirão nos labirintos do mundo.

            Segundo essa mesma tradição, o branco seria a plenitude, o eterno, o imperecível, por detrás do mundo da ilusão, as casas negras, o concreto, o finito e cíclico. Logo, o que existe realmente como coisa concreta seriam as casas negras, simbolizando o material. Que, segundo eles, seriam as “casas da oportunidade”, os 32 Caminhos da Sabedoria. Para a ciência das civilizações antigas a encarnação era uma possibilidade de se atingir a sabedoria e com isso não precisar mais reencarnar. Dentro dessa perspectiva jogar uma partida de xadrez é uma possibilidade de se atingir a sabedoria plena, que no caso, seria atingir o conhecimento pleno do jogo e, com isso, não precisar mais jogar xadrez, por ter decifrado todos os seus enigmas e mistérios, a realização completa do jogo em todas as suas fases e percalços.

            Para a ciência arcaica, as casas representariam ladrilhos onde pisamos, quadrículas alternadamente branco e negro, onde as peças refletiriam os jogadores.

            O tabuleiro é composto com a mesma intenção e significado do piso nas catedrais e templos religiosos. Se forem à Catedral da Sé, por exemplo, a cripta tem seu piso quadriculado como um tabuleiro de xadrez, o mesmo ocorrendo com o piso das lojas maçônicas.

 
            As cores branco e preto das casas atua conforme o sentido binário, princípio fundamental para a ciência das civilizações antigas, que se apoia nesse sentido como vemos nos conceitos de Yin e Yang, Luz e Trevas, Céu e Inferno, Espírito e Matéria...
 
 
 
 
 
 

            Foi dentro desta perspectiva que todo o tabuleiro foi criado e construído por seus criadores e aperfeiçoadores durante sua existência. O jogo possibilita que o jogador percorra o tabuleiro de vários modos: em coluna, em fila e em diagonal. Estes movimentos refletem o dinamismo da vida que exige do jogador (homem) qualidades como a atenção e a responsabilidade, pois em qualquer sentido que trilhar seu caminho, ira arcar com as consequências de suas escolhas e atos.

 

 

CONCLUINDO:

            O tabuleiro foi criado como um verdadeiro campo de guerra, onde as batalhas são empreendidas. Dentro da simbologia antiga o tabuleiro simboliza o espaço onde a pessoa nasce (início de uma partida), vive (joga a partida) e morre (termina a partida). Sendo o tabuleiro a representação do espaço universal, a ideia mais próxima que temos de algo infinito e eterno. Onde as partidas (ciclos) começam e terminam, mas o espaço (tabuleiro) nunca acaba e sempre está pronto para abrigar novas partidas.

            Logo, o xadrez, como pudemos deduzir através da exposição acerca do tabuleiro, transcende muito a ideia comum de ser um simples passatempo, mas principalmente uma ferramenta que nos auxiliar numa melhor compreensão acerca dos mistérios da vida; seus impactos, frustrações, desilusões, alegrias, esperanças, enfim, derrotas e vitórias verdadeiros destinos da partida da vida.
 

            Na próxima postagem começaremos a falar acerca das peças que compõe o jogo de xadrez.

Abraços

Fernando Manarim

           

           

 

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