xadrez

xadrez

quinta-feira, 26 de março de 2015

AS PEÇAS - PARTE VII - OS PEÕES

PEÕES
PARTE VII


            Agora iremos para última postagem acerca das peças. Abordaremos os peões únicas peças a começarem na segunda fila, com número de peças com maior quantidade em comparação com as demais peças do jogo, totalizando o número de oito.
Na origem do xadrez, Sessa criou o peão para retratar a infantaria do exército indiano, inclusive a função que esta desempenhava durante a guerra. Como vimos, o xadrez nasceu da necessidade de dar repostas ao rei de Taligana, daí a preocupação de o jogo representar o desenho do exército daquele momento histórico.


Até o século XIV, ele só podia se mover uma casa para frente; somente no século XV o peão passou por transformações importantes: podia mover-se duas casas de sua posição original, ganhou a possibilidade da captura ”na passagem” (an passant) e a coroação do peão, que até então só podia se transformar em uma outra peça já capturada pelo adversário, a partir daquele momento podia ser coroada em qualquer peça independente de ela ter sido capturada ou não pelo adversário. Lembrando aos leitores que as peças que podem ser trocadas pelo peão coroado são: a Ranha, a Torre, o Bispo ou o Cavalo.
Os peões mais antigos foram encontrados no Uzbequistão, e são figuras de soldados apoiados em um dos joelhos, segurando espada e escudo, prontos para combater.


Para os islamitas, por não poderem representar figuras vivas, tem um design de um pequeno bloco cilíndrico.
Hierarquicamente, são as menores peças, respeitando a patente militar. São a primeira linha de combate, sem nenhum tipo de regalia, como um cavalo ou carro de guerra; devem avançar sem pensar, pois são os primeiros a serem sacrificados para abrir caminho nas fileiras inimigas.
Na pirâmide social, representam a massa, o povo em geral. Daí o peão ter movimentos tão limitados, pois isto retrata todos os automatismos, contratempos, fraquezas, entre outras características que lhe colocam numa posição de servidão e de poucas alternativas para a maioria 
deles.


Em número de oito, no Hinduísmo representam as Oito Virtudes: Compreensão, Coragem, Felicidade, Retidão, Conduta, Honestidade e Dignidade. No Budismo, o Nobre Óctuplo Caminho, caminho este que ao ser cumprido faz com que aquele que o atravessou alcance o Nirvana, seja coroado em um patamar mais elevado, progredindo, segundo sua tradição, na evolução do Universo.


Se fizermos uma comparação com a anatomia humana, os peões representam a ossatura de pouca movimentação, mas que estrutura toda a forma do corpo do indivíduo.
É para os jogadores de nível elevado o principal referencial estratégico e tático. É através de sua formação estrutural que sabemos onde estão os pontos débeis e os pontos fortes do jogo seu e de seu adversário.


Em valores absolutos, são as peças que valem menos, mas em valor relativo, é o valor básico da partida, tendo a mesma importância referencial monetária de 1 dólar ou 1 real, ou seja, é a base de todo erário de uma nação.
Por ter o menor valor absoluto é a principal peça a ser empregada por seu valor relativo, pois nenhuma peça vale menos que ela, logo ela pode atacar qualquer peça obrigando ao oponente se defender de tal ataque.
Como na estratégia militar, conhece-se a força bélica de um país pela sua infantaria, no xadrez escolhe-se determinada estratégia pela formação estrutural de sua linha de peões.
Temos o vício, na maioria dos casos, de achar que são as peças menos valiosas, mesma avaliação que fazemos acerca do povo, de funções menos importantes hierarquicamente dentro do mercado de trabalho e, assim por diante; mas, na verdade, é notório que são peças da mesma importância que as demais, pois dentro da estrutura do jogo cumprem funções singulares e basilares para o sucesso em uma partida. Em suma, o xadrez é uma ótima ferramenta para notarmos que não existe algo mais importante que outra, mas que tudo o que existe cumpre uma função primordial e que sem ela a “engrenagem” não funcionaria de maneira justa e harmônica.




Para as próximas postagens, iremos analisar a importância das regras para o jogo de xadrez.
Cumprimentos sinceros


Fernando Manarim

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poste seu comentário.