xadrez

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quarta-feira, 11 de março de 2015

AS PEÇAS - PARTE IIII - AS TORRES


AS PEÇAS

PARTE III

 

AS TORRES
 
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            Para os antigos a Torre pertence ao mesmo grupo da Dama, ou seja, peça decisiva por seu movimento amplo e poderoso, se projetando pelo mesmo número de casas no tabuleiro, independente da casa em que se encontre. Como a Rainha, ao se movimentar cobre as casas de ambas as cores.

            A Torre era para a ciência dos antigos uma manifestação do corpo emocional, graças a potência que adquire no final de jogo, pertencente à mesma família estratégica da Dama, como já havia mencionado no parágrafo acima.
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            Na sua primeira versão, no Chaturanga, a torre era a Biga, um carro de guerra movido por três cavalos, muito comum à época. Eles diziam que as torres representavam, no tabuleiro, as ordens políticas do Poder, pois elas representavam os limites do tabuleiro e do reino. Além disso, seus movimentos na horizontal e vertical, eram semelhantes a uma representação gráfica do espectro político vigente, dentro do padrão de Maquiavel dos dois eixos, X e Y, onde o comando é exercido verticalmente sobre o povo horizontalizado.

            Para o conhecimento antigo, simbolizavam o estado de alerta, de percepção e através delas os jogadores poderiam vislumbrar as novidades do extramuros, seja internamente, como também externamente.
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            Para os esotéricos das lojas maçônicas e rosa-cruzes, as duas torres eram o reflexo das colunas do Templo, a coluna Dórica e Jônica: Boaz e Jakin. As duas Torres representavam, para eles no jogo, os conceitos de força e beleza, chave para jogar uma partida da forma mais completa e perfeita possível. A junção da força e da beleza é a comprovação de que o estrategista atingiu a potencialidade que se pode atingir tanto no jogo de xadrez, quanto na condução de sua existência. Também é através delas que se adentra no templo, significado extremamente simbólico e profundo para à filosofia esotérica, da qual eles creem.

            Até o aparecimento da Rainha, a Torre era a peça mais poderosa do jogo, e por causa disso, era à ela que se anunciava xeque (Shah-rukh) ao ataca-la e não ao Rei, como veio a acontecer posteriormente.
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            Já na Rússia a Torre recebe o nome de Ladia, que significa barco, veículo que tinha para eles a mesma importância que a Biga para os hindus antigos.

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            Na Europa medieval, época que o xadrez foi apresentado pelos árabes, a Torre foi deixando de representar um carro de guerra e passou a ganhar um novo significado, alterando seu nome para Rocca, Fortaleza. Que é sua atual representação iconográfica. Também, representava o que eles chamavam Torres de Cerco, um elemento do exército medieval que tinha o formato da Torre do xadrez, construída em cima de uma estrutura de rodas, que tinha como principal função ajudar na invasão das fortalezas inimigas.
 
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            Logo, por ser uma peça extremamente decisiva e utilizada para finalizar uma partida, deve ser muito utilizada dentro do que sua natureza permite, pois só assim, o jogador poderá aproveitar ao máximo todas as suas qualidades e virtudes, seja no tabuleiro, seja na Torre que abrigamos dentro de nós mesmos ou na sociedade que estamos inseridos.

            Espero ter conseguido acrescentar mais informações e conhecimento acerca dessa peça tão importante e que, de todas, a que menos sofreu modificações quanto ao seu movimento e possibilidades.

            Abraços

            Fernando Manarim

 

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