AS PEÇAS
PARTE II
A RAINHA
Continuando a abordagem das peças,
falaremos acerca da Rainha ou Dama, uma das peças mais importantes do jogo,
graças a seu raio de ação que é muito amplo e extenso.
A Rainha simboliza o gênero feminino
no tabuleiro, segundo a ciência arcaica era representa pelo elemento água, símbolo
da emoção, da sensibilidade, da estética e da beleza. E o seu movimento é
extremamente emocional e decisivo numa partida.
O feminino nas civilizações antigas
representava o princípio universal da vida, o eterno amor gerador da força e da
vida, exatamente como ela é retratada no jogo de xadrez. Quando perdemos a
Rainha na partida, sentimo-nos sem a melhor peça do jogo, nos sentimos
perdidos, desamparados, semelhante a um filho sem a figura de uma mãe.
A figura feminina era muito cultuada
nas civilizações anteriores, como podemos conferir na figura de Ísis para os egípcios,
as sacerdotisas de Tebas, as Vestais de Delfos (Pitonisas), etc.
A Rainha, para eles, exercia o poder
da atração, da provocação e da inspiração para o gênero masculino (Rei), tanto
para o lado bom quanto para o lado ruim. A liberdade que a Dama detém no
tabuleiro, graças ao seu movimento pleno para todas as direções, a transforma numa
peça fulcral no Jogo. Tem a força do emocional pela sua sensibilidade,
emotividade, inconstância, garra e expansividade. Basta tê-la junto ao Rei em
um final que juntos conquistam o reino adversário.
Historicamente, o lugar da dama era
ocupado pelo Vizir ou conselheiro real. Na Europa no período medieval, o Vizir
foi substituído pela Rainha e seus movimentos forma sendo ampliados até atingir
o modelo atual. Isso, graças, a importância que as Rainhas alcançaram,
especialmente a Rainha Isabel I de Castela, muito cultuada por sua nobreza e
poder.
Outro fator fundamental para a
aparição da Dama no tabuleiro foi o crescimento do culto à Virgem Maria, a “Notre
Dame”, a partir do século XIII.
Além disso, com a vinda do xadrez
para a Europa, o jogo para ganhar popularidade, mudou seu design para refletir
a sociedade europeia da época. Se havia um Rei, a esposa do Rei era a Rainha, a
soberana de um reino. O aspecto feminino que complementa a metade masculina,
dando a completude ao todo, refletindo o Universo.
A Rainha aparece como peça no xadrez
simultaneamente as catedrais góticas construídas pelos cavalheiros templários
na Europa medieval. Coincidência? Nunca. Com o domínio hegemônico da religião
cristã e a expulsão da mulher do altar, os templários perceberam a necessidade
de resgatar o princípio feminino para reequilibrar as forças na humanidade. É exatamente
esse o papel da Rainha no xadrez, dar um equilíbrio justo para o dinamismo
lógico do jogo.
Essas são apenas algumas referências
acerca do simbolismo da Rainha na construção, desenvolvimento e aperfeiçoamento
do Jogo de Sessa.
Na próxima postagem falaremos da
Torre.
Abraços sinceros
Fernando Manarim
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