xadrez

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sexta-feira, 20 de março de 2015

AS PEÇAS - PARTE VI - OS CAVALOS


AS PEÇAS

PARTE VI

OS CAVALOS
 
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            Desde de sua criação pelo brâmane Sessa, o xadrez já trazia em sua composição a peça do cavalo. Sessa, no Chaturanga, incluiu o cavalo como forma representativa da cavalaria, como modelo fundamental do exército hindu daquele tempo.
 
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            O formato atual da peça foi criado no século XV na Europa e foi fruto do renascentismo, onde os artesãos revalorizavam a cultura clássica, adotando um design baseado na escultura da Grécia Antiga. Diferentemente das representações da peça na cultura árabe, que por não representarem figuras vivas, tem um desenho cilíndrico com inscrições do nome da peça nas laterais.

            Seu movimento, em L, ficou inalterado ao longo de toda a história do xadrez, podendo pular peças intervenientes e intrigando muitos por essa forma distinta de se movimentar em relação às demais peças. Por isso, é a peça mais enigmática e que atrai mais interesse por parte da maioria dos praticantes.

            Por seu movimento diferenciado, ele sempre chamou muito a atenção de estudiosos, especialmente os matemáticos, que teorizaram acerca do que eles próprios chamaram de Problema do Xadrez, ou Passeio do Cavalo. O cavalo é colocado no tabuleiro vazio e respeitando as regras do jogo, necessita passar por todas as casas apenas uma vez em movimentos consecutivos.
 
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            Esse problema aparece no livro de Bhagavantabháskara escrito no século XVI. Durante séculos inúmeras variações foram analisadas por matemáticos, e uma das soluções mais famosas proposta foi a utilização do padrão do retângulo de ouro de Fibonacci.
 
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            Outro refinamento apresentado para a solução do problema foi proposto por Rudrata que consiste num poema, que quando a leitura é realizada diretamente, como se não houvesse tabuleiro, gera o mesmo poema que quando lido de acordo com as regras de movimentação da peça.

            Simbolicamente, para as civilizações antigas, a peça do Cavalo representava conceitos como trabalho, ousadia e astucia, valores próprios do animal e que psicologicamente auxiliaram seus praticantes a trabalhar e eliminar medos, adversidades, temores, etc.

            A forma de seus movimentos remete à cultura pagã e a seus discípulos posteriores, os Maçons e Rosacruzes, já que a maneira que ele se desloca nos remete ao esquadro e ao compasso, símbolos fundamentais para as escolas esotéricas supracitadas, derivados do L, que no sistema de numeração romana tem o valor 50, onde 5+0, aponta para a Lei do Rigor, representando o que eles denominavam de Dharma, a Lei Natural. Daí a peça ser desenhada na forma de cavalo, nos remetendo à cavalaria do exército, nos referenciando às Ordens Militares, cuja principal função na sociedade é a manutenção e o cumprimento da Lei e da Ordem, o Dharma social.
 
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            Quanto ao esquadro e ao compasso, símbolos sagrados para os maçons, elas simbolizam as duas principais ferramentas com que se pode construir e dar forma à qualquer coisa no Universo.  São famosas as construções antigas, como a dos templários, que ergueram vultosas catedrais do estilo gótico, que até hoje nos maravilha, e que para sua arquitetura, se usaram apenas e tão somente do esquadro e do compasso. Geometrizaram da mesma maneira que o movimento do cavalo geometriza no tabuleiro.

Eis o papel do cavalo no jogo, preparar apternativas para que o jogador consiga atingir a meta do xadrez, atingir a posição do xeque-mate. Ele pertence ao mesmo grupo do bispo, peças que auxiliam na expansão das demais peças no tabuleiro, preparando terreno para que as peças arrematadoras, Rainha e Torres, possam evoluir no tabuleiro para conquistar o reino adversário.

Na próxima postagem apresentaremos os peões, última parte da seção das peças do jogo de xadrez.

 Saudações sinceras a todos!!!

 

Fernando Manarim

 

           

           

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