xadrez

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sexta-feira, 6 de março de 2015

AS PEÇAS - PARTE II - A RAINHA


AS PEÇAS

PARTE II

A RAINHA

            Continuando a abordagem das peças, falaremos acerca da Rainha ou Dama, uma das peças mais importantes do jogo, graças a seu raio de ação que é muito amplo e extenso.
 
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            A Rainha simboliza o gênero feminino no tabuleiro, segundo a ciência arcaica era representa pelo elemento água, símbolo da emoção, da sensibilidade, da estética e da beleza. E o seu movimento é extremamente emocional e decisivo numa partida.

            O feminino nas civilizações antigas representava o princípio universal da vida, o eterno amor gerador da força e da vida, exatamente como ela é retratada no jogo de xadrez. Quando perdemos a Rainha na partida, sentimo-nos sem a melhor peça do jogo, nos sentimos perdidos, desamparados, semelhante a um filho sem a figura de uma mãe.

            A figura feminina era muito cultuada nas civilizações anteriores, como podemos conferir na figura de Ísis para os egípcios, as sacerdotisas de Tebas, as Vestais de Delfos (Pitonisas), etc.
 
http://www.nova-acropole.pt/images/images/isis.jpg
 
            A Rainha, para eles, exercia o poder da atração, da provocação e da inspiração para o gênero masculino (Rei), tanto para o lado bom quanto para o lado ruim. A liberdade que a Dama detém no tabuleiro, graças ao seu movimento pleno para todas as direções, a transforma numa peça fulcral no Jogo. Tem a força do emocional pela sua sensibilidade, emotividade, inconstância, garra e expansividade. Basta tê-la junto ao Rei em um final que juntos conquistam o reino adversário.

            Historicamente, o lugar da dama era ocupado pelo Vizir ou conselheiro real. Na Europa no período medieval, o Vizir foi substituído pela Rainha e seus movimentos forma sendo ampliados até atingir o modelo atual. Isso, graças, a importância que as Rainhas alcançaram, especialmente a Rainha Isabel I de Castela, muito cultuada por sua nobreza e poder.

            Outro fator fundamental para a aparição da Dama no tabuleiro foi o crescimento do culto à Virgem Maria, a “Notre Dame”, a partir do século XIII.

            Além disso, com a vinda do xadrez para a Europa, o jogo para ganhar popularidade, mudou seu design para refletir a sociedade europeia da época. Se havia um Rei, a esposa do Rei era a Rainha, a soberana de um reino. O aspecto feminino que complementa a metade masculina, dando a completude ao todo, refletindo o Universo.
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            A Rainha aparece como peça no xadrez simultaneamente as catedrais góticas construídas pelos cavalheiros templários na Europa medieval. Coincidência? Nunca. Com o domínio hegemônico da religião cristã e a expulsão da mulher do altar, os templários perceberam a necessidade de resgatar o princípio feminino para reequilibrar as forças na humanidade. É exatamente esse o papel da Rainha no xadrez, dar um equilíbrio justo para o dinamismo lógico do jogo.

            Essas são apenas algumas referências acerca do simbolismo da Rainha na construção, desenvolvimento e aperfeiçoamento do Jogo de Sessa.

            Na próxima postagem falaremos da Torre.

 

            Abraços sinceros

            Fernando Manarim

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